Setembro Vermelho • Michael DeBakey

Público Geral

No setembro vermelho, mês dedicado à conscientização sobre a saúde do coração, homenageamos Michael DeBakey, um dos cirurgiões cardiovasculares mais importantes do século XX, em uma carreira que abrangeu quase oito décadas.

Nascido Michel Dabaghi em 1908, em Lake Charles, Louisiana (EUA), DeBakey interessou-se pela medicina ao conhecer médicos que frequentavam a farmácia de seu pai, imigrante libanês.

Durante a Segunda Guerra Mundial, já formado, DeBakey serviu como coronel no Exército dos EUA e posteriormente desempenhou um papel decisivo no desenvolvimento do Departamento dos Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, instituição de auxílio médico a veteranos militares. Além disso, seus apontamentos sobre o cuidado com feridos de guerra levaram à criação de hospitais de campanha.

Após a guerra, DeBakey dedicou-se ao desenvolvimento de procedimentos inovadores para reparar aneurismas aórticos e dissecções. Além disso, ele criou a primeira prótese vascular em Dacron, que ele mesmo costurou, abrindo novas possibilidades no tratamento de doenças vasculares.

Também se destacou atuando no Departamento de Cirurgia da Baylor College of Medicine no Texas Medical Center, em Houston, Texas, transformando essa instituição em um centro de excelência reconhecido internacionalmente.

Ele também criou instrumentos e técnicas cirúrgicas. Suas contribuições incluem o desenvolvimento de pinças e dispositivos, como a bomba de rolete, que passou a ser utilizada na máquina de circulação extracorpórea. Tais inovações permitiram cirurgias cardíacas mais seguras e eficazes. Além disso, foi o primeiro a usar um dispositivo de assistência ventricular esquerda, uma versão que agora leva seu nome.

DeBakey garantiu que aprenderia suas habilidades com os cirurgiões que mais admirava e, mais tarde, ele mesmo atraiu os melhores trainees. Um deles foi Denton Cooley, que se tornou um cirurgião excepcional. Eles trabalharam juntos no desenvolvimento de um coração artificial, testando-o em bezerros. Cooley foi o primeiro a implantá-lo em um paciente e não informou a DeBakey ou ao Comitê de Ética do hospital, que o censuraram. DeBakey ficou furioso e a briga resultante durou 38 anos; eles fizeram as pazes em 2007. O paciente recebeu um transplante de coração cinco dias depois, mas morreu 36 horas depois.

Michael DeBakey faleceu em 2008, aos 99 anos. Sua trajetória é um exemplo de dedicação à medicina e à cirurgia, e deve ser sempre lembrada como uma inspiração.

 

Curiosidades:

DeBakey aprendeu habilidades de costura (que foram úteis em seu ofício médico) com sua mãe, e confeccionou a primeira prótese de Dacron na máquina de costura de sua esposa.

Entre diversas homenagens que recebeu ao longo da vida, ganhou a medalha Legião do Mérito em 1945, por sua atuação no Exército, e a Medalha de Ouro do Congresso, a mais alta premiação concedida pelo Congresso dos EUA, em 2008.

DeBakey foi salvo por um procedimento que ele mesmo criou. No final de 2005, ele sofreu uma dissecção aórtica e acabou sendo operado mesmo contra sua vontade, tornando-se o sobrevivente mais velho de sua própria operação, aos 97 anos, usando um enxerto de Dacron semelhante ao que havia desenvolvido.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ocasião em que DeBakey (à direita) fez as pazes com Cooley (à esquerda), em 2007.

 

 

 

 

Capa da revista Times em 1970 retratando a rivalidade entre os dois cirurgiões.

 

 

 

 

Medalha de Ouro do Congresso concedida a DeBakey

 

 

 

DeBakey costurando a prótese de Dacron.

 

 

 

Recebendo a medalha Legião do Mérito.

 

 

 

Lápide de DeBakey, localizada no Arlington National Cemetery (Arlington, Virgínia, EUA).

 

 

 

 

Fonte: US Department of Veterans Affairs. Michael E. DeBakey, M.D. [Internet]. Disponível em: https://www.va.gov/houston-health-care/about-us/michael-e-debakey-md/. Acesso em: 27 ago. 2024


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